domingo, 14 de fevereiro de 2010

A Estrela Solitária no Céu de Ouro Preto




O destino guia-me sob quatro rodas,
Para um caminho que não queria seguir.
Entre curvas e mais curvas, um completo zig-zag,
Procuro uma saída ou uma entrada para sorrir.

A paisagem é negra, pontilhada com estrelas,
O horizonte é escuro, já é madrugada.
A lua sorri pra mim, num ato de nobreza,
E seguimos em frente, perdidos na imensidão da estrada.

O ouro é negro como o céu,
Sua beleza posso contemplar.
Seus cumes com casas coliniais,
Sua vista, apaixonante e peculiar.

Lá em cima, sinto alguém me observar,
Uma estrela, sozinha, perdeu-se do lar.
Onde estão suas amigas, para contigo brilhar?
Não viva esse caminho, ache alguém para te amar.

Já são três da manhã,
Não há vestígios de ninguém.
Como ousam, discaradamente,
Lhe tratar com tanto desdém?

Sinto-me sozinho,
Sem amigos, sem lar.
A partir de hoje, pequena estrela,
Tens a mim para te amar.

Não fique mais sozinha,
Companhia lhe prometo diariamente.
Mas exijo algo em troca,
Que conforte a minha mente.

A viagem é longa e fria,
O prazo é curto e hostil.
Onde estará minha menina?
Que chegou e logo partiu.

Lá está sua família,
Três Marias, Constelação.
Existe amor, pequena estrela,
Entre o câncer e o leão?

Levo em minha memória,
Mais uma amistosa lembrança.
Para Ouro Preto voltarei,
Enquanto ela for minha balança.

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