domingo, 25 de julho de 2010

I. Conto da Estrela

Eu lhe ofereço esta última dança
A triste canção que não tem fim
Talvez seja o som da morte
Bem, não importa, tanta faz, enfim

Eu queria ser aquilo que eu nunca fui
Queria mudar o que não posso
A estrela da manhã brilha sem luz
Sinta a dor furar a carne, rasgar a alma

Balada do desespero
O sofrimento é livre
Queria ser aquilo que nunca fui
Eu só queria tirar isso de mim

Então reze para o vazio
Agora é tarde, Ele descansa
Sinta a dor rasgar a carne, destroçar a alma
Sinta o brio sem luz da estrela da manhã.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Pele de Cordeiro




O que tem por trás dessa pele de cordeiro?


Não sei o que esperar. Pode ser que uma boa surpresa surja... Ou não. Pode ser que seja apenas impressão minha... Ou não. Por que nunca é só impressão minha? Odeio estar certo sobre tudo. Talvez eu não permita meu erro. Talvez todo aquele desgaste psicologicamente estressante não fosse tão inútil assim afinal. Por trás de tudo o que eu digo existe um fundamento, coberto pelas cinzas hostis da noite de lua cheia. Noite de lua cheia...

O que esperar de uma noite de lua cheia? Pode ser romântica... Ou não. Pode ser inspiradora... Ou não. Não dizem que é na lua cheia que o metade lobo, metade homem está solto? Faminto, alvoroçado. Dispenso contos de fadas. Já basta a minha realidade, que é mais cruel do que qualquer bruxa má, e mais infeliz do que qualquer princesa presa no topo de um castelo. Não preciso de maçãs amaldiçoadas, ou de uma gigantesca casa feita de doces. Não preciso mais.

Procuro achar a solução de um problema que eu já solucionei. É tão simples. Desgraçado, de tão simples. Impossível de ser realizado. Um passo errado, um caminho mal escolhido. Esquerda? Direita? Uma vida está em jogo. Não quero, e não vou me precipitar. Posso me perder, posso te perder, posso perder tudo e todos a quem amo e a quem sempre dediquei minha vida e meus esforços para dar conforto e felicidade!

Eu sei o que se esconde por trás de seu sorriso único e indescritível. Eu sei o que se esconde por trás de suas carícias e suas doces canções. Eu sei o que você nunca sonhou que eu soubesse. Eu sei. Sei que não existe um cordeiro. Sei que não existe um coração, um sentimento, um ideal. Sofro com isso? Desesperadamente. Levaria trezentas chibatadas a troco de reverter isso. Não posso? Vida infeliz. Porém, sei lidar. Sei o que sua hipocrisia esconde. Eu sei...

O lobo se esconde por trás da pele de carneiro; A lua cheia...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Kasou


Em alguns segundos

Tudo se confunde de novo

São imagens, deles, de nós

de você, das flores que lhe dei.


Ah! Eu queria mais uma vez

Sonhar de novo, aquilo que esqueci

Não, não entendo porque o vazio

que me vem agora, sem você.


Ah! Eu queria mais uma vez

Lhe tocar, lhe ouvir, lhe admirar

Em cada pétala dessa flor

Sentir o seu cheiro que me alucina.


E então cair nesse sono

Me chame, me deseje, me arraste

Quero mergulhar nesse céu azul

E dormir nesse mar de flores, eternamente.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Voar!




Hoje estive observando pássaros. Aqueles que receberam a benção sagrada de ter o céu a sua disposição. Não existe preocupação. Não existe limite. O mundo todo está na ponta de suas asas. O que eles tem que eu não tenho? Por que eles podem e eu não? Não é justo indagar. Assim que é pra ser. Sempre foi, sempre será. Sempre? Palavra muito forte. Mas acredito que, quando seres humanos criarem asas, não estarei na superfície da Terra. Ou não...? (Deixemos isso quieto).

Hoje estive observando os pássaros. E algo muito intrigante reparei. A arte de voar é como a vida de nós, seres humanos, seres “racionais”. Voar é cair. Cair, apenas cair. O que diferencia os pássaros de nós, é que num simples bater de asas, os pequenos senhores do céu cessam a queda e começam a subir novamente. Quando abrem as asas, flutuam, como se todos os problemas do mundo se esvaíssem nas nuvens. Por que nós, seres humanos, não resolvemos as coisas assim? Cair, cair, cair. Bater as asas. Subir! Flutuar! Deixar os problemas nas nuvens! [...]

Nem tudo é justo. Nem tudo é como deveria ser. Lutamos, crescemos, sobrevivemos, e mesmo assim, caímos incontrolavelmente. Não há meios de parar. Não há asas para bater. Não há como flutuar. Nossos problemas não se perdem nas nuvens. Maldito mundo! Só dá glórias a quem não luta. Só dá vitórias a quem não merece. Por que os malditos pássaros, afinal? Eles não merecem. Talvez, na vida passada, foram homens honrosos; Talvez. Será que na próxima vida serei um pássaro? Tenho fé! Uma águia. Uma grande e imponente águia. Com plumas castanhas e peito branco. Esse serei eu.

[Só preciso ser um homem honroso;]...[Eu sou um homem honroso!]

segunda-feira, 22 de março de 2010

Sofistas – Os Mestres da Argumentação





Em que acreditar? O que é certo, o que é errado? A teoria do relativismo pode ser surpreendente, intrigante e, ao mesmo tempo, chata. Essa, obviamente, é a visão de um mero jovem de pouca maldade e que está começando a estudar os sofistas por agora; Mas, de que será que se alimenta a vontade desses “sábios” em não se basear na verdade absoluta? É capaz que eles mesmos tenham criado teorias de conspiração que existem até hoje. Não duvido nem um pouco. Afinal... A verdade é uma moeda de dois lados?

Não sou da opinião de que só um está certo. Não sou da opinião de que só um está errado. Sou da opinião de que o erro e o acerto andam lado a lado. Errei? Maravilha. A primeira ação contra isso é a tentativa de melhora. Acertei? Maravilha. Vamos manter e, assim, só tirar coisas boas disso. Errar é humano, errar é pré-socrático, errar é sofista. Não existe quem não erre. Não existe quem não tenha momentos de deslizes. Contudo, se as bases forem tão frágeis a ponto de que um deslize faça desmoronar tudo, é porque algo está muito errado. Muito errado mesmo!

A capacidade de persuasão e eloquência define a qualidade única dos sofistas de se favorecerem perante àqueles que buscam seus ensinamentos ou buscam explicações sobre o passado, presente e futuro. Nada é certo. Nada é único. Tudo é relativo e pode mudar. Até onde?! Se eu pudesse voltar muitos séculos atrás, me sentiria completamente indeciso; Sinto que, de certa forma, a teoria dos Sofistas não é de tudo tão errada. Mas, até onde isso é aceitável? O pseudo não me convém. O suposto também não. Eu gosto de verdades absolutas. É tudo bem complexo e simples ao mesmo tempo.

Nem vida e nem morte. Nem certo e nem errado. Eles veem o outro lado, algo que poucos conseguem. E, mais do que isso, não esquecem de seus lados. Favorecer o próximo é uma forma de se auto-favorecer? Pode ser que sim. Pode ser que não. Os sofistas são tão relativos, que até esse texto é totalmente relativo. Pode ser que seja para alguém. Pode ser que não. Pode ser que você pense, nesse momento, que é pra você. Mas pode ser que não seja. É... Sou quase um Sofista.

“O homem comum é a medida de todas as causas, daquelas que são; enquanto são; e daquelas que não são; enquanto não são.”
Protágoras de Abdera.

“O bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa.”
Górgias de Leontini.

segunda-feira, 15 de março de 2010

No Name Here




Quando perco minhas forças
Quando perco as razões pelas quais existo
Quando não há mais motivo
Penso em você, e vejo que é tudo que eu preciso.

Como pode, você mudar meu jeito de ser?
Meu jeito de pensar, de lutar
E eu, como posso não lhe entender?
Tão linda e graciosa, a senhora do meu luar.

Por mais que tente, nada é suficiente,
Nada é bom o bastante
Pra lhe agradecer, por existir, por me tornar confiante
Só posso lhe dizer, te amo.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Poesias, mais poesias...




I

Minhas pernas tremem.
É verídico; Toda vez acontece.
Se existe alguém lá em cima,
Ele não está ouvindo a minha prece.

Talvez esteja,
E isso seja para o meu bem.
E onde está a felicidade?
Contava com isso também.

Preciso acreditar em mim,
Ter um pouco mais de "autoconfiança".
Posso estar preso numa grande ilusão,
E ainda não vieram pagar a minha fiança.

Mas parece difícil...
Não consigo "relaxar".
Até o mais quieto vulcão,
Pode um dia despertar.

A questão não é tão simples.
Sou extremamente mal interpretado!
E, de todas as formas,
Acabo como o único errado.

Quando amamos, queremos o bem,
Quando amamos, temos medo,
Quando amamos, os sentidos são loucos,
Quando amamos, não queremos o fim,
Quando amamos, nos preocupamos com os outros,
Como eu te amo, quero você só pra mim.

Já passamos por isso antes,
Eu sei, tenho noção.
Mas lembre-se, claramente:
O que bate aqui, é um coração.

Um coração dos mais frágeis, eu sei,
Até o Superman tem seu ponto fraco,
Posso até ser um iceberg descongelado,
Mas meu sentimento não é nem um pouco opaco.

Odeio interpretações erradas,
Confesso que nisso sou perito,
Acredito que sofro mais que você,
Pois não seguro o choro dentro do peito.

Eu gostaria de apenas abrir a mão,
E deixar você, passarinho, voar.
Mas não posso me sentir seguro,
Sabendo que você pode não voltar.

O mundo é belo,
As coisas que estão nele também.
Se você voa e não volta,
Da tristeza, me torno refém.

Peço desculpas pela incompreensão,
Me sinto um tolo, mas não posso negar.
Esse é o meu jeitinho, mais do que hostil,
De expressar o meu vil sentimento de amar.

Só não peça que eu mude,
Pois isso sim, eu terei de negar.
Tentativas já foram inúmeras,
Mas isso ainda não está no meu patamar.

Um dia, talvez serei o homem ideal,
Um namorado de extremo valor.
Não estou falando de nada material,
Mas que apenas consiga expressar esse amor.

Chega ao fim mais uma poesia,
De uma noite frio de outono,
Sei que o conforto virá outrora,
Quiçá com o gozar do meu sono.

II

Não!
Não posso compreender.
Como podes, traste infeliz,
Para a morte se vender?
Tuas palavras são nojentas,
Teus patrimônios não tem raiz,
Tuas armas são sangrentas,
Tua alma violenta.
Se puderes compreender-me,
Satisfazer-me-ei enfim;
Pois a morte, traste,
Não pode se opor a mim.
Sou mais belo e poderoso,
Sou infame e possessivo,
Sou o rei das maldições.
Visto roupas de cetim,
Banhadas em mar de ouro,
Tenho riqueza, tenho tudo,
Tenho mais que os Deuses!
Ó Deuses, irmãos!
Invejem-me por toda eternidade,
Os milênios são meus dias,
Os meus dias, suas vontades.
Vós sois desafiador!
Escolhes a morte, por fim.
Pois saiba, traste imundo,
Não terás mais a mim!

III

O amor é algo absurdo,
Ousado, injusto,
Um dragão flamejante,
Sou São Jorge,
Sou viajante.

Posso enfrentá-lo,
Domar essa fera,
Lança e escudo prontos,
Já não é mais tempo,
Para viver em prantos.

Se morrer na batalha,
For vontade daquele que me guia,
Aceito meu destino sem pavor,
Mas que ao menos,
Após tantos anos,
Esse guerreiro possa morrer de amor.

Fui forjado nas batalhas,
De 300, persas, gregos,
Troianos, guerreiros,
Homens sangrentos
Por morte e guerra,
Loucos, sedentos.

Hoje, sou um deles,
Mas meu caminho é diferente,
Não uso armaduras,
Nem um elmo de prata.
Sou um homem,
Na mais terrível jornada.

Nascer foi meu primeiro desafio,
Após meses, pude vencer,
Cheguei ao mundo coberto de sangue,
Chorava, por não saber o que dizer.

Crescendo, lentamente,
Cheguei à infância,
Quis conhecer o mundo dos adultos,
Onde reinava a intolerância.

Fui jovem, fui pecador,
Fui até um bom senhor.
Minha vida era mansa e bela,
Até me apresentarem o suposto amor.

Não sei como enfrentá-lo,
Tento com agrados, carinho, ou flores.
Se o acaso me vem com glórias,
O outrora me vem com dores.

Nem de longe estou reclamando;
Não quero perder a glória de chorar.
Afinal, qual é o livro,
Que não tem um capítulo ruim pra contar?

Sou São Jorge,
Sou guerreiro.
Sou homem,
Sou lutador.
Sou jovem,
Sou senhor.
Sou um eterno amante,
Do amor.