quarta-feira, 31 de março de 2010

Voar!




Hoje estive observando pássaros. Aqueles que receberam a benção sagrada de ter o céu a sua disposição. Não existe preocupação. Não existe limite. O mundo todo está na ponta de suas asas. O que eles tem que eu não tenho? Por que eles podem e eu não? Não é justo indagar. Assim que é pra ser. Sempre foi, sempre será. Sempre? Palavra muito forte. Mas acredito que, quando seres humanos criarem asas, não estarei na superfície da Terra. Ou não...? (Deixemos isso quieto).

Hoje estive observando os pássaros. E algo muito intrigante reparei. A arte de voar é como a vida de nós, seres humanos, seres “racionais”. Voar é cair. Cair, apenas cair. O que diferencia os pássaros de nós, é que num simples bater de asas, os pequenos senhores do céu cessam a queda e começam a subir novamente. Quando abrem as asas, flutuam, como se todos os problemas do mundo se esvaíssem nas nuvens. Por que nós, seres humanos, não resolvemos as coisas assim? Cair, cair, cair. Bater as asas. Subir! Flutuar! Deixar os problemas nas nuvens! [...]

Nem tudo é justo. Nem tudo é como deveria ser. Lutamos, crescemos, sobrevivemos, e mesmo assim, caímos incontrolavelmente. Não há meios de parar. Não há asas para bater. Não há como flutuar. Nossos problemas não se perdem nas nuvens. Maldito mundo! Só dá glórias a quem não luta. Só dá vitórias a quem não merece. Por que os malditos pássaros, afinal? Eles não merecem. Talvez, na vida passada, foram homens honrosos; Talvez. Será que na próxima vida serei um pássaro? Tenho fé! Uma águia. Uma grande e imponente águia. Com plumas castanhas e peito branco. Esse serei eu.

[Só preciso ser um homem honroso;]...[Eu sou um homem honroso!]

segunda-feira, 22 de março de 2010

Sofistas – Os Mestres da Argumentação





Em que acreditar? O que é certo, o que é errado? A teoria do relativismo pode ser surpreendente, intrigante e, ao mesmo tempo, chata. Essa, obviamente, é a visão de um mero jovem de pouca maldade e que está começando a estudar os sofistas por agora; Mas, de que será que se alimenta a vontade desses “sábios” em não se basear na verdade absoluta? É capaz que eles mesmos tenham criado teorias de conspiração que existem até hoje. Não duvido nem um pouco. Afinal... A verdade é uma moeda de dois lados?

Não sou da opinião de que só um está certo. Não sou da opinião de que só um está errado. Sou da opinião de que o erro e o acerto andam lado a lado. Errei? Maravilha. A primeira ação contra isso é a tentativa de melhora. Acertei? Maravilha. Vamos manter e, assim, só tirar coisas boas disso. Errar é humano, errar é pré-socrático, errar é sofista. Não existe quem não erre. Não existe quem não tenha momentos de deslizes. Contudo, se as bases forem tão frágeis a ponto de que um deslize faça desmoronar tudo, é porque algo está muito errado. Muito errado mesmo!

A capacidade de persuasão e eloquência define a qualidade única dos sofistas de se favorecerem perante àqueles que buscam seus ensinamentos ou buscam explicações sobre o passado, presente e futuro. Nada é certo. Nada é único. Tudo é relativo e pode mudar. Até onde?! Se eu pudesse voltar muitos séculos atrás, me sentiria completamente indeciso; Sinto que, de certa forma, a teoria dos Sofistas não é de tudo tão errada. Mas, até onde isso é aceitável? O pseudo não me convém. O suposto também não. Eu gosto de verdades absolutas. É tudo bem complexo e simples ao mesmo tempo.

Nem vida e nem morte. Nem certo e nem errado. Eles veem o outro lado, algo que poucos conseguem. E, mais do que isso, não esquecem de seus lados. Favorecer o próximo é uma forma de se auto-favorecer? Pode ser que sim. Pode ser que não. Os sofistas são tão relativos, que até esse texto é totalmente relativo. Pode ser que seja para alguém. Pode ser que não. Pode ser que você pense, nesse momento, que é pra você. Mas pode ser que não seja. É... Sou quase um Sofista.

“O homem comum é a medida de todas as causas, daquelas que são; enquanto são; e daquelas que não são; enquanto não são.”
Protágoras de Abdera.

“O bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa.”
Górgias de Leontini.

segunda-feira, 15 de março de 2010

No Name Here




Quando perco minhas forças
Quando perco as razões pelas quais existo
Quando não há mais motivo
Penso em você, e vejo que é tudo que eu preciso.

Como pode, você mudar meu jeito de ser?
Meu jeito de pensar, de lutar
E eu, como posso não lhe entender?
Tão linda e graciosa, a senhora do meu luar.

Por mais que tente, nada é suficiente,
Nada é bom o bastante
Pra lhe agradecer, por existir, por me tornar confiante
Só posso lhe dizer, te amo.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Poesias, mais poesias...




I

Minhas pernas tremem.
É verídico; Toda vez acontece.
Se existe alguém lá em cima,
Ele não está ouvindo a minha prece.

Talvez esteja,
E isso seja para o meu bem.
E onde está a felicidade?
Contava com isso também.

Preciso acreditar em mim,
Ter um pouco mais de "autoconfiança".
Posso estar preso numa grande ilusão,
E ainda não vieram pagar a minha fiança.

Mas parece difícil...
Não consigo "relaxar".
Até o mais quieto vulcão,
Pode um dia despertar.

A questão não é tão simples.
Sou extremamente mal interpretado!
E, de todas as formas,
Acabo como o único errado.

Quando amamos, queremos o bem,
Quando amamos, temos medo,
Quando amamos, os sentidos são loucos,
Quando amamos, não queremos o fim,
Quando amamos, nos preocupamos com os outros,
Como eu te amo, quero você só pra mim.

Já passamos por isso antes,
Eu sei, tenho noção.
Mas lembre-se, claramente:
O que bate aqui, é um coração.

Um coração dos mais frágeis, eu sei,
Até o Superman tem seu ponto fraco,
Posso até ser um iceberg descongelado,
Mas meu sentimento não é nem um pouco opaco.

Odeio interpretações erradas,
Confesso que nisso sou perito,
Acredito que sofro mais que você,
Pois não seguro o choro dentro do peito.

Eu gostaria de apenas abrir a mão,
E deixar você, passarinho, voar.
Mas não posso me sentir seguro,
Sabendo que você pode não voltar.

O mundo é belo,
As coisas que estão nele também.
Se você voa e não volta,
Da tristeza, me torno refém.

Peço desculpas pela incompreensão,
Me sinto um tolo, mas não posso negar.
Esse é o meu jeitinho, mais do que hostil,
De expressar o meu vil sentimento de amar.

Só não peça que eu mude,
Pois isso sim, eu terei de negar.
Tentativas já foram inúmeras,
Mas isso ainda não está no meu patamar.

Um dia, talvez serei o homem ideal,
Um namorado de extremo valor.
Não estou falando de nada material,
Mas que apenas consiga expressar esse amor.

Chega ao fim mais uma poesia,
De uma noite frio de outono,
Sei que o conforto virá outrora,
Quiçá com o gozar do meu sono.

II

Não!
Não posso compreender.
Como podes, traste infeliz,
Para a morte se vender?
Tuas palavras são nojentas,
Teus patrimônios não tem raiz,
Tuas armas são sangrentas,
Tua alma violenta.
Se puderes compreender-me,
Satisfazer-me-ei enfim;
Pois a morte, traste,
Não pode se opor a mim.
Sou mais belo e poderoso,
Sou infame e possessivo,
Sou o rei das maldições.
Visto roupas de cetim,
Banhadas em mar de ouro,
Tenho riqueza, tenho tudo,
Tenho mais que os Deuses!
Ó Deuses, irmãos!
Invejem-me por toda eternidade,
Os milênios são meus dias,
Os meus dias, suas vontades.
Vós sois desafiador!
Escolhes a morte, por fim.
Pois saiba, traste imundo,
Não terás mais a mim!

III

O amor é algo absurdo,
Ousado, injusto,
Um dragão flamejante,
Sou São Jorge,
Sou viajante.

Posso enfrentá-lo,
Domar essa fera,
Lança e escudo prontos,
Já não é mais tempo,
Para viver em prantos.

Se morrer na batalha,
For vontade daquele que me guia,
Aceito meu destino sem pavor,
Mas que ao menos,
Após tantos anos,
Esse guerreiro possa morrer de amor.

Fui forjado nas batalhas,
De 300, persas, gregos,
Troianos, guerreiros,
Homens sangrentos
Por morte e guerra,
Loucos, sedentos.

Hoje, sou um deles,
Mas meu caminho é diferente,
Não uso armaduras,
Nem um elmo de prata.
Sou um homem,
Na mais terrível jornada.

Nascer foi meu primeiro desafio,
Após meses, pude vencer,
Cheguei ao mundo coberto de sangue,
Chorava, por não saber o que dizer.

Crescendo, lentamente,
Cheguei à infância,
Quis conhecer o mundo dos adultos,
Onde reinava a intolerância.

Fui jovem, fui pecador,
Fui até um bom senhor.
Minha vida era mansa e bela,
Até me apresentarem o suposto amor.

Não sei como enfrentá-lo,
Tento com agrados, carinho, ou flores.
Se o acaso me vem com glórias,
O outrora me vem com dores.

Nem de longe estou reclamando;
Não quero perder a glória de chorar.
Afinal, qual é o livro,
Que não tem um capítulo ruim pra contar?

Sou São Jorge,
Sou guerreiro.
Sou homem,
Sou lutador.
Sou jovem,
Sou senhor.
Sou um eterno amante,
Do amor.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Apenas um desabafo




"And I'm nothing more than a line in your book" -Funeral For a Friend






Amor”, “sofrimento”, “angústia”. Seria ótimo escrever algum texto sem precisar usar algum desses temas clichês. Aliás, seria melhor ainda poder não se preocupar com essas coisas. Bom, infelizmente, não dá. É estranho pensar que, em meio a tantos assuntos alegres, o único em que consigo pensar é justamente o que mais me intriga e o que mais me inquieta. Um tanto quanto irônico, não? Pois é. Tão irônico quanto se dar conta que, entre todas as pessoas do mundo, entre a grande multidão de amigos e conhecidos, você só pensa em uma. Você só quer uma. Você só precisa de uma. E a maior ironia é que tal pessoa não pensa, não quer e nem precisa de você. A tristeza e o desespero se tornam inevitáveis quando você se dá conta disso tudo. Então, a reação mais óbvia, quase que imediata, é perguntar a si mesmo: ‘Por que?!’. E, por mais que você tente, vai descobrir que os porquês são inexistentes. Não há uma explicação lógica para amar uma pessoa a ponto de dar a própria vida a ela, mesmo sabendo que ela jamais faria o mesmo por você. E, mesmo sabendo disso tudo, você se vê sem escolhas. Sem saídas. Afinal, seria ótimo poder escolher a quem amar ou deixar de amar, na hora em que convém (se um dia alguém descobrir como se faz isso, faça o favor de ensinar ao mundo. Assim, desabafos como esse se tornarão inúteis). Mas, novamente, é impossível. A porta de saída do amor é de difícil acesso, e o caminho até lá é longo e árduo. É verdade, sim, que a tendência é encontrá-la, com o tempo. Porém, não se pode ser tolo em acreditar que isso acontecerá sem traumas sofridos e sem lágrimas derramadas.


“Mas, calma! No fim, tudo dará certo” – É o que dizem os otimistas. Não se pode tirar toda a razão deles, é verdade. Afinal, não se trata do fim do mundo, nem do fim de uma vida. Contudo, é o fim da existência de mais um tolo, tão cego e apaixonado. É o fim de mais um, entre tantos, que fechou os olhos para a realidade e acreditou no impossível. Portanto, é o fim. Ou, pelo menos, será, até que o coração me guie para um novo começo.